Quadrinhos: você é livre para (ler) o que quiser

321 Fast Comics por Luciano Salles, Marcelo Maiolo
Quando somente lia história em quadrinhos procurava me afastar de qualquer discussão sobre o tema. Qualquer que fosse a pauta que gerasse o devido impasse, sempre me ausentava ou calava. Hoje, como autor, mantenho esse posicionamento.

Não que tenha receio de demonstrar, defender ou aceitar uma mudança dos meus argumentos. Me calo pelo fato de não achar necessário. Tudo do que as histórias em quadrinhos não precisam é de segmentação. E tenho certeza que você sabe do poderio problemático que a palavra segmentação, quando mal utilizada, pode angariar. 

Ao meu ver, a mais respeitosa mídia de entretenimento, tão jovem e instável no Brasil, não carece de tal desserviço. E por entretenimento posso usar como sinônimos algumas palavras: passatempo, diversão, distração, espairecimento, divertimento, lazer, prazer e tantas mais quanto qualquer dicionário pode ensinar.

Um(a) autor(a) pode escrever e criar o que quiser. É livre para tudo e é assim que sempre deve ser. E o mesmo autor deve entender que ele responde por sua liberdade criativa ou seja, ele é responsável pelo conteúdo da sua obra. Cabe ao leitor ter total liberdade de escolha para suas leituras e é assim que sempre deve ser.

Como leitor, leio o que quiser, quando quiser e absorvo o que melhor me apaziguar ou incomodar. Como autor, escrevo o que quiser, da forma que quiser, não esperando algo de determinado leitor mas sim o leitor determinado para aquele meu quadrinho. Desenho de acordo com a sensação que a obra pede. Eu escolho e tenho o controle.

Exatamente desta mesma forma, cabe ao leitor escolher ou não meu álbum em quadrinhos para sua leitura e apreciação. Simples assim.

Acho que nessa altura você pode imaginar o que quero com esse texto?

Basicamente, eu não quero nada.

Luciano Salles.

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