Limiar: Dark Matter – Resenhas, desenhos e comentários

Olá, tudo bem?

Neste post vou concentrar tudo o que escreverem sobre Limiar: Dark Matter. Também vale o que desenharem e os comentários que receber sobre a HQ. Ah, é não é somente por mídias especializadas, ok?



Por Floreal Andrade, 22 de julho de 2016 – publicado originalmente no Impulso HQ.



“Acho tudo muito infantil. Em contrapartida, acredito que ele exprime uma busca de nossos desejos mais profundos…”, Moebius sobre as histórias em quadrinhos.

Impressionante como os quadrinhos de Luciano Salles conseguem nos atingir de maneira tão profunda e tão impactante. É impactante visualmente, é impactante conceitualmente. Como um me disse um amigo um dia desses “como é bom se perder nos labirintos das HQs do Luciano”.
Lançado de maneira independente, Limiar: Dark Matter encerra um ciclo na carreira desse quadrinhista que despontou no mercado nacional em 2012. Audaci Junior diz que Dark Matter tem uma ligação com outro álbum de Luciano Salles, “O Quarto Vivente” de 2013, e se você conhece essa obra irá perceber que estamos em um mesmo universo. Porém, com a brilhante narrativa de Salles, somos apresentados a três personagens no futuro, lembranças que não são suas, um sonho ou um pesadelo.

Amerício, Carino e Nádio são três amigos que buscam vingança sendo que um está morto. Parece complicado não? E é. A trama ambientada nesse futuro distópico também é composta por uma lendária porta que os amigos terão que passar e a vingança traz consequências não só para eles, mas para todo o universo.

Salles não subestima o leitor, pelo contrário, o faz se esforçar e tentar ler nas entrelinhas, nas entrecores, nos entrequadros, entretempos. Estariam os três amigos sobre efeitos de alucinógenos? A porta fez com que eles ganhassem poderes para enfrentar o assassino do amigo morto?

Salles em toda a sua narrativa cria uma sensação de desconforto e de difícil compreensão. E já que falei de “entrecores”, não posso deixar de citar a paleta de Marcelo Maiolo, que assina a colorização do álbum. O colorista optou por cores não tradicionais nas aplicações de pele e um efeito de brilho nos cenários, deixando as composições cromáticas com contrastes bem interessantes. Lembrando que essa parceria entre Maiolo e Salles já pode ser vista no L’Amour: 12 oz, também de autoria de Salles.


A vingança é dada pela memória, afinal, de acordo com Salles em uma de suas entrevistas, “somos apenas memória e isso se aplica para tudo, inclusive ao Universo”.

Exato. Mais uma vez, Luciano não traz uma leitura fácil. É preciso se esforçar para acompanhar suas páginas. O trio está nascendo ou morrendo? São várias perguntas que podem não ter respostas.

Faça um teste curioso: peça aos amigos que leiam a história e depois que contem a sua versão da mesma. Você perceberá que milhares de outras histórias virão à tona.

Por isso é tão difícil classificar a obra de Luciano Salles apresentada até agora. E pra que classificar se o melhor é ler. Ler e se perder. Aqui estou eu perdido no traço e nas cores singulares de Luciano Salles.

Quando cheguei à última página, não sabia se chegava ao fim ou ao início da aventura.


Limiar: Dark Matter

Edição independente
Roteiro e arte: Luciano Salles
Cores: Marcelo Maiolo
Colorido
21 x 27,5 cm
50 páginas

R$ 35,00

Print da tela do Facebook



Fã arte por Henrique Silva




































Recebi essa fã arte do camarada Henrique Silva, que sempre comenta aqui no blog. Adorei ver o personagem Carino em seu ápice!

Aqui está a imagem em alta numa postagem que fez exclusivamente no blog dele:  https://goo.gl/0RVgfa

Valeu Henrique.

Abraço!
LDM na lista de melhores do ano pelo O Grito






"Uma coisa é certa sobre este quarto trabalho de Luciano Salles: o bagulho é louco! Com arte e narrativa que remetem à ficção científica mais psicodélica que a cultura pop pode conceber, Limiar é uma história de vingança ambientada na memória de um morto. Sem economizar em cenas de impacto ("disparar" com a mão e os dedos em forma de revólver, acredite, traz consequências...), Salles consegue combinar ideias e imagens com uma voz peculiar. Não é, definitivamente. uma HQ fácil. Mas, quando o mundo caminha para fórmulas fáceis, é um alívio ver um artista disposto a correr riscos."

"Esse é uma gibi difícil: imagens, diálogos, interpretações, tudo desafia o leitor. Mas não há uma resposta definitiva para o enigma e a HQ é aberta para a interpretação pessoal. O resultado é uma obra impactante e duradoura, que insiste em voltar à lembrança quando menos se espera".


Alexandre Carvalho via IG




















Por Leandro Damasceno via Twitter












Por Murilo Reis via blog O Paralelo

"Ao ver o nome de Luciano Salles estampado na capa duma revista, o leitor sabe que se deparará com uma história diferente daquilo do qual está habituado...
A arte de Luciano é extraordinária. Ele compõe cenários fantásticos e insólitos que convidam o leitor a parar por um bom tempo diante duma página, analisando cada detalhe daquele traço ao mesmo tempo grotesco e poético".
Leia toda resenha e entrevista por aqui!

Por Paulo Ramos via Facebook
"Tem um quê de Moebius o roteiro de "Limiar: Dark Matter", novo álbum de Luciano Salles, publicado de forma independente. Desenhos dele - primorosos - continuam um capítulo à parte".

Por Ramon Vitral via o site Vitralizado
"Se o objetivo de Salles em seu quarto título foi criar essa mesma sensação de desconforto, o quadrinho é um sucesso. Difícil de ser compreendido e com uma colorização bastante incômoda de autoria de Marcelo Maiolo, Limiar: Dark Matter é um dos quadrinhos mais estranhos, difíceis e curiosos do ano".
Leia toda resenha e entrevista por aqui!



Por Gustavo Soares via e-mail

"Prezado Luciano,

Recebi hoje a HQ e já furou a sempre longa fila das leituras pendentes. Se me permite, alguns comentários: a edição tá linda (o verniz na capa e contracapa sempre dá um charme) e o desenho no autógrafo ficou muito bacana! 

Só li uma vez (suas HQs costumam "pedir" algumas releituras e essa não é diferente) e já posso garantir que gostei muito! Sua arte está ainda mais dinâmica e curti a diagramação (a segunda página dupla - com o "SPOILER" - deu o impacto que a cena merecia). 

Como leitor compulsivo tenho um ritmo acelerado de leitura e acho que essa foi a primeira vez que me peguei olhando para duas páginas SPOILER e pensando/absorvendo informação, enfim, realmente lendo seu conteúdo.

Divulgarei nos fóruns que participo para tentar trazer novos leitores para suas obras.

Enfim, parabéns por mais um ótimo trabalho e obrigado por não tomar sua dose habitual de metais representativos!

Abraço,
Gustavo Soares"

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